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sábado, 11 de fevereiro de 2012


Ministério Público pode denunciar agressor mesmo que companheira desista

Foto: Gervásio Baptista/SCO/STFOs ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram nesta quinta-feira (9), por 10 votos a 1, que o Ministério Público pode entrar com ação penal, em casos de violência doméstica, mesmo que a mulher decida desistir da acusação contra o companheiro agressor. 
O STF julgou uma ação de inconstitucionalidade de autoria do Ministério Público. A instituição pedia que, nos trechos em que a Lei Maria da Penha condiciona a denúncia por agressões leves à vontade da vítima, o STF desse a interpretação para que o Ministério Público passasse a ter a prerrogativa de atuar. A ideia é que o Estado proteja a vítima quando ela se mostra incapaz de fazê-lo. 
A maioria acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello (foto). “Aos 65 anos, eu não acredito mais em Papai Noel. Sem proteção, as mulheres desistem de processar seus agressores”, disse o ministro. O ministro Luiz Fux afirmou que a ideia da alteração é intimidar os agressores, já que, agora, eles saberão que a ação judicial continuará independentemente da vontade da mulher. 
O único voto contrário foi o do presidente da Casa, ministro Cezar Peluso. No seu entendimento, a alteração pode ser um retrocesso à proteção da mulher, já que ela pode desistir de denunciar seu companheiro à polícia na medida em que a lei não permite que ela abra mão de uma ação contra ele na Justiça. Para Peluso, hoje, muitas mulheres levam os casos de agressão ao conhecimento da polícia porque sabem que poderão voltar atrás mais à frente.

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